25/04/2024

Quais são os investimentos de renda fixa? Veja suas vantagens!

Você já ouviu falar que guardar sua renda na poupança é perda de tempo e de dinheiro? Para entender melhor essa afirmação, basta descobrir quais são os investimentos de renda fixa e suas respectivas vantagens.

Caracterizados por baixo risco e alta liquidez, os tipos de renda fixa oferecem muitos outros benefícios, como prazo de resgate menor e taxas mais baratas.

E o melhor: eles são ideais para todos os níveis de investidores, desde os iniciantes até os mais experientes no mercado financeiro.

Ficou curioso? Quer conhecer mais sobre os tipos de investimento de renda fixa e como eles funcionam? Acompanhe este texto e saiba como garantir mais dinheiro!

O que é investimento em renda fixa?

Para fazer mais sentido no seu aprendizado, antes de explicar quais são os investimentos de renda fixa, falaremos um pouco sobre o conceito dessa categoria de aplicação.

O investimento em renda fixa se caracteriza pelo cálculo da remuneração previamente definido e exposto no momento da aplicação. Ele reúne títulos públicos e privados, que servem como um empréstimo de dinheiro ao emissor do papel: governo, bancos ou empresas. 

Em troca desse empréstimo de dinheiro, o investidor recebe de volta o seu dinheiro com o acréscimo de juros e/ou correção monetária pelo tempo que o capital ficou aplicado ou por meio de parcelas que são denominadas amortizações.

É considerado de baixo risco já que há pouca volatilidade do valor do ativo e os prazos, as taxas e os índices de referência são estabelecidos previamente, na maior parte dos casos.

Mas, apesar de seu baixo risco, é preciso frisar que os investimentos em renda fixa não possuem 100% de retorno garantido, já que depende de outros indicadores e decisões do mercado econômico e político nacional e internacional.

Taxas da renda fixa

Os tipos de investimento de renda fixa têm variados índices de referência, portanto, as condições de retorno são diferentes entre eles.

Os principais indicadores utilizados são:

  • taxa Selic: taxa básica de juros da economia, que é definida de tempos em tempos pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central;
  • taxa do CDI: o Certificado de Depósito Interfinanceiro é a média dos juros das operações de empréstimo de curto prazo realizadas diariamente entre os bancos brasileiros. Ela caminha bem próxima à Selic;
  • taxa referencial (TR): é responsável pela correção do rendimento da poupança, sendo calculada pela média das taxas dos CDBs prefixados, por exemplo.

Tributação da renda fixa

Outro ponto importante a se destacar quando falamos quais são os investimentos de renda fixa, é a sua tributação. A maior parte deles é taxada pela tabela regressiva do Imposto de Renda, com alíquotas que diminuem de acordo com o tempo do prazo da aplicação.

Entenda essa relação com o prazo de investimento e o valor cobrado:

  • aplicação de até seis meses: alíquota de 22,5%;
  • aplicação de seis meses a um ano: alíquota de 20%;
  • aplicação de um a dois anos: taxa de 17,5%;
  • aplicação de dois anos ou mais: taxa de 15%.

Algumas categorias de renda fixa não possuem cobrança de Imposto de Renda, como a poupança e as LCIs e LCAs.

Outra exceção é para fundos de renda fixa que tenham vencimento de curto prazo: eles são taxados com duas alíquotas. Se o prazo de investimento for menor que seis meses, há taxação de IR de 22,5%. Se for mais que esse período, a taxa cai para 20%.

Quais são os investimentos de renda fixa?

Há diversos tipos de renda fixa disponíveis para os investidores brasileiros. Os mais usados e conhecidos são o CDB e o Tesouro Direto, além da poupança, é claro.

Para que você entenda melhor e escolha sua forma de aplicação de baixo risco, abordaremos quais são os investimentos de renda fixa mais usados atualmente. Vamos lá?

CDB (Certificado de Depósito Bancário)

O Certificado de Depósito Bancário, mais conhecido como CDB, é emitido por bancos para conseguirem capital a fim de financiar suas atividades e seus investimentos ao longo dos anos.

Em troca desse empréstimo de dinheiro, os bancos devolvem a quantia aos investidores somada à taxa de juros estabelecida na hora da aplicação ou à taxa do CDI.

Existem três tipos de CDBs:

  • prefixado: a taxa de juros é definida no momento do investimento, determinando o quanto o investidor ganhará de acordo com o tempo da aplicação. Observe o cenário atual do mercado e avalie os indicadores econômicos do país antes de aplicar nesse CDB;
  • pós-fixado: a rentabilidade é definida pela taxa do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Ou seja, o retorno sobre seu investimento vai variar de acordo com esse índice, que pode ser consultado no site da CETIP;
  • híbrido: ele une o CDB pré e pós-fixado, ou seja, parte da rentabilidade é determinada no momento da aplicação e a outra é ligada a um índice da economia, como o IPCA.

O investimento em CDB conta com a cobertura do Fundo de Garantia de Crédito (FGC) e segue a tributação da tabela regressiva do IR.

Isto é, o FGC protege o investidor: a aplicação de até R$250 mil está protegida por ele em caso de falência da instituição financeira.

As vantagens do CDB são: maior rentabilidade do que a poupança, segurança, alta liquidez diária e facilidade de investimento. Ou seja, ele é perfeito para construir reservas de emergência ou economizar dinheiro para algo a curto e a médio prazo, como casamento, casa nova e troca de carro.

Tesouro Direto

Outro investimento bastante conhecido no Brasil é o Tesouro Direto. Por meio de seus títulos públicos, considerados os mais seguros do país, o investidor pode realizar a sua aplicação para diferentes objetivos a curto, médio ou longo prazo

Surgido em 2002, ele é um programa do Governo Federal Brasileiro, em parceria com o Tesouro Nacional e a Bolsa de Valores B3.

O foco central do Tesouro Direto é facilitar o acesso de pessoas físicas ao mundo dos investimentos, feito de maneira 100% online e a partir de R$30.

Por meio desses títulos, o governo aplica recursos nas áreas de saúde, educação e infraestrutura, por exemplo. 

Conheça os cinco tipos de Tesouro Direto:

  • prefixado (LTN): tem rentabilidade fixada que segue a taxa de juros atual;
  • prefixado com juros semestrais (NTN-F): também possui rentabilidade determinada na hora da aplicação, mas o período de pagamento dos juros é a cada seis meses. O pagamento do capital investido é apenas na data de vencimento em uma única parcela;
  • pós-fixado: a rentabilidade é atrelada ao IPCA (variação da inflação) e à soma de uma taxa prefixada, protegendo o investidor da flutuação da inflação;
  • pós-fixado com juros semestrais: também acompanha o índice IPCA e é somado com uma taxa prefixada. Mas, assim como o prefixado, o pagamento dos juros acontece a cada seis meses.
  • Tesouro Selic (LFT): título com o menor risco, ele permite que o investidor retire seu capital antes do prazo de investimento sem perder sua rentabilidade.

As taxas incluídas nesse tipo de operação são: taxa de custódia da B3 (0,20% ao ano para investimentos maiores que R$10mil), taxa de administração da corretora ou do banco (se houver) e alíquota da tabela regressiva do IR.

O Tesouro Direto oferece rentabilidade maior que a da poupança, valores iniciais acessíveis, maior segurança, liquidez diária (resgate imediato) e variedade de títulos.

A variedade de títulos e prazos de resgate permitem que você aplique nessa categoria para fazer uma viagem de férias (Tesouro prefixado),  construir uma reserva de emergência (Tesouro Selic) ou então garantir uma aposentadoria mais tranquila (Tesouro pós-fixado).

CRI e CRA

Continue aprendendo quais são os investimentos de renda fixa e conheça agora os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e do Agronegócio (CRA).

Com funcionamento mais complexo do que o CDB e o Tesouro Direto, os CRIs e CRAs transformam direitos de créditos em papéis negociados na bolsa de valores.

Ou seja, se uma construtora recebe o valor de um apartamento de modo parcelado, ela pode emitir um papel com essa dívida para obter rapidamente esse dinheiro para finalizar a obra, por exemplo.

O investidor de CRI e CRA ganha em troca os juros dessa transação. Isentos de Imposto de Renda, esses tipos de investimentos não possuem a garantia do FGC. Além disso, suas taxas de retorno variam de acordo com o ativo e o prazo de vencimento.

  • CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio): vinculados a negócios realizados por produtores rurais ou cooperativas;
  • CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários): títulos de créditos imobiliários.

Debêntures

Elas são títulos de crédito emitidos por empresas privadas que representam dívidas de médio e longo prazo.

Esse capital emprestado às organizações serve para investir em grandes projetos corporativos, como construção de fábricas e expansão de sedes e filiais. Logo, as debêntures têm prazo de vencimento maior, como até cinco ou dez anos.

Também dividida por modelos prefixados, pós-fixados e híbridos, elas são taxadas pela tabela regressiva do IR e não são cobertas pelo FGC.

As debêntures incentivadas, que adquirem capital para grandes obras de infraestrutura no Brasil, são isentas de IR e IOF.

LCI e LCA

As Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) são tipos de investimentos de renda fixa muito similares aos CDBs.

A diferença entre essas categorias é que as LCIs e LCAs são restritas às atividades de crédito relacionadas apenas com o setor imobiliário e do agronegócio, com papéis emitidos por instituições financeiras públicas ou privadas.

As pós-fixadas são as mais conhecidas, apesar de oferecer um retorno menor do que a dos CDBs. Até porque, a LCI e a LCA são isentas de IR. 

Ambas possuem cobertura do FGC.

Já conseguiu escolher em qual renda fixa vai investir? Uma dica é se aprofundar cada vez mais e conhecer quais são os investimentos de renda fixa que mais estão alinhados com seu objetivo e perfil de investidor. Explore suas opções em vídeos, e-books, cursos e livros sobre o tema!